terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A Compás: Palos de Ida y Vuelta

E continuamos com um conjunto de histórias sobre o que tenho aprendido eu sobre o Flamenco*. Vou hoje escrever sobre os Palos de Ida e Vuelta.

São estilos aflamencados procedentes do folclore hispano-americano. Sobre o nome que as designa, diz-se que estes palos teriam chegado à América, pelos emigrantes espanhóis, na época dos Descobrimentos. Aí teriam sofrido variações e com o seu regresso teriam ganho as suas expressões mais actuais.

Hoje, acredita-se que a sua origem é exclusivamente do Novo Mundo, em especial Cuba, e que chegaram a Espanha por volta do século XIX, pelos emigrantes.

Desta família musical fazem parte a Milonga, a Vidalita, a Rumba, a Columbiana e a Guajira. Hoje vou demorar-me na RUMBA. Cuba ahora sí! A rumba chega a Cuba através dos escravos africanos. É um palo de compasso binário e o nome deriva do de uma onomatopeia que representa um som vibrante e tonitruante.

Em Espanha, a rumba espalha-se pela Andaluzia – rumba flamenca, e pela Catalunha – rumba catalana.

Quando bailadas, as rumbas são muito sensuais, alegres e contagiantes. São, por vezes, associadas a rituais de fertilidade. A rumba flamenca tradicional continua a ter o domínio da bailaora, que normalmente dança sozinha. Enquanto cante, só começou a ser conhecida por volta dos anos 40, divulgada através dos ciganos da Catalunha.

Uma das características da rumba catalana é a técnica do toque, conhecida como “ventilaor”, inventada por Antonio González “El Pescaílla”. Consiste numa síntese das estruturas musicais cubanas, acompanhada quase sempre pelas palmas e percussão.

E a frase rítmica base da Rumba – LO COMPÁS:

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

Potente, não? Apesar disso, a rumba é considerada pelos especialistas do flamenco como um género menor… Por lhe faltar a autenticidade e a profundidade genuína do flamenco. A jondura!!! Paradoxalmente, tornou-se o símbolo universal do flamenco e a sua principal atracção turística.

Pois eu não sei… Especialista não sou. Não sendo o meu palo preferido, ainda assim gosto de bailá-las. E dos Ojos de Brujo, catalães, gosto de todas! Deixo-vos com uma das rumbas dos ODB, que até no nome transporta a essência da rumba catalana: “Ventilaor Rumba-80”. E se alguém souber o que significa o “80”… Pués que me diga! Que la curiosidad me mata!


*Ver “A Compás – O Fandango”, de dia 28 de Outubro de 2008.



E ahora… 1, 2, 3, chuta! Ese! Titititititi… Saltito pra trás e vuelta! Com salero!!! Vamo’ya! Olé!!!

Acompanhar com mojitos! ;)

Ojos de Brujo – “Ventilaor R-80”

Música original:

http://www.imeem.com/eduardo8leao/music/mQQow0d1/ojos_de_brujo_ventilaor_r80/

Versão ao vivo – vídeo:

http://www.veoh.com/videos/v7079278bmDC8a3

Si este mundo anda perdío
Y no encuentras la razón
Échate una buena rumba y baila! Baila! Baila!
No pa olvidar, sino pa llevarlo mejor escucha!!!
La mochila que llevamos
va cargaita de piedras
del abismo ya nos viene
esta mala condición
sólo nos queda la rumba
y una buena bulería
un bailecito por tangos
y el cante del Camarón
a belembembé a belembembá
tímbero suena la rumba
tímbero suénala ya!!!
Tímbero!!!
Tímbero!!!
La mochila que llevamos
Va cargaita de piedras
Del abismo ya nos viene
Esta mala condición
Sólo nos queda la rumba
Y una buena bulería
Un bailecito por tangos
Y el cante del Camarón
A belembembé a belembembá
Tímbero suena la rumba
Tímbero suénala ya!!!
Tímbero!!!
Tímbero!!!

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