domingo, 9 de novembro de 2008

Hasta Siempre!

E quem sabe? Para o ano na Festa bailamos esta? Vamo' ya! Olé!!


3 comentários:

Anónimo disse...

E Viva a Liberdade e a resistência:

Amig@, resiste!

Quando invadem as tuas paisagens,
E pisam as tuas flores.
Quando queimam as tuas sementes,
E afogam as tuas esperanças.
Quando a raiva te saqueia
E a vingança te consome…
Amig@, resiste…

Resiste à tentação fácil
De retribuir à força do poder
O poder da força.
Amig@, resiste…

Faz do teu sonho devassado,
A força da utopia desejada,
O poder da tua mente.
Amig@, resiste…
Com bravura e honradez.

Faz da injustiça sofrida,
A força do teu caminhar,
O poder do teu carácter.
Amig@, resiste…
Com sonhos por alcançar.

Amig@, resiste…
O tempo do poder esgota-se
E o poder do tempo fortalece-te.
Amig@, resiste…
A força está no tempo resistido,
No sonho perseguido,
Na honra do teu trilhar.


Mirna Val-do-Rio, Dançando a Vida,2002/200...

Anónimo disse...

«Canta, poeta, canta!
Violenta o silêncio conformado.
Cega com outra luz a luz do dia.
Desassossega o mundo sossegado.
Ensina a cada alma a sua rebeldia.» Miguel Torga

Anónimo disse...

Últimos preparativos no camarim improvisado, num corrupio contra o tempo. Tic-tac... Tic-tac. Um retoque final na maquilhagem. Tic-tac. Já falta pouco tempo. O coração agita-se e marca o ritmo. Pum-pum... Pum-pum.... Preparam-se para o receber.
Tudo pronto. Tic. É hora! Tac. Dirigem-se ao palco com os nervos a aflorar a pele. Tic-tac... Pum...pum...
“- Será que ele vem?” Pum-pum... Pum-pum.... Pisam o tablao. Tomam as suas posições. Fitam o chão. “- Deve estar a chegar?” Pum-pum... Inspiram um último fôlego, um último trago de coragem. Descolam o olhar do chão e colam-no ao público que aguarda. Pum! É o momento!
Erguem os braços e os seus olhos acompanham esse movimento, uma súplica aos céus para que ele chegue rapidamente, para que as inspire naquele momento. “- Vem depressa. Aqui te aguardamos.”
O coração continua a entoar o seu cântico dentro do peito. Pum-pum... Pum-pum... Pum-pum...Pum-pum... Ao som das guitarras, inicia-se a dança e os golpes fazem gemer o tablao que estremece sacudido pelo vigor dos daquelas chamamento compassado: Pam-pam! Pam-pam! Porque é disso que se trata, de um chamamento, de uma invocação! E de repente, sentem-no! Aí está ele! E todo ele é vermelho e negro. Vermelho fogo, vermelho sangue, vermelho paixão; negro morte. Fogo que aquece o sangue e inflama paixões. Paixões que são a vida e que são a morte.
E ele sobe como uma brisa, gira em torno delas em volteios de vento e rodopios de furacão. Cola-se à sua pele, entranha-se nela, fazendo de cada poro porta de entrada e incendeia-lhes o sangue.
Pum-pum... Pum-pum... Pum-pum... Grita o coração dentro do peito embriagado em labaredas rubras de excitação.
Ele olha-as. Elas sentem-no. Elas olham-se. “- Ele está entre nós. Ele está em nós!” E todos unidos nessa cumplicidade, fundidos numa só alma, continuam a sua dança, vermelha de Amor exaltado pela Paixão. Pam-pam... Pam-pam... Pam! Golpe final, no tablao. Estocada final, negra.
Ele olha-as e esboça um sorriso. É hora de partir. Tic-tac. Chamam-no noutro lugar. Elas sentem-no partir, olham entre si e erguem as mãos aos céus num agradecimento esticando os dedos como que tocando as estrelas, como acariciando aquele que há-de regressar. Elas sabem que sim.